segunda-feira, 30 de junho de 2008

Areia da Ampulheta


É um pivete encurralado. Porque o mundo é tão maior que os ouvidos e nariz doloridos de frio percebem. E o mundo, o planeta em que vegeta, já misturou tudo. Já deixou o moleque confuso, sem saber para qual lado. Para que lado eu olho? Pois bem, o moleque vive. Menino que é menino, é ávido pelo o que ele nem sabe. E já que não sabe, mesmo querendo saber, vira o ignorante cultivado!

"Esse é cultivado e é feliz. O feliz dos quadrados.
Que adora se pesar na balança,
Sem nunca se ter reformado.
Que pega a marmita, o ônibus e seu fardo,
Todos os dias para comer o boi diário servido em pratos.
Pois que seria um cão raivoso incosciente, até mesmo vagabundo conformado...
Ah! Mas antes cachaceiro mal amado, que triste-alegre adestrado!

De que interessa a idéia do redondo e do quadrado...?
Quando dói o peito, pouco interessa a geometria da doença.
Não importa a cor da pirâmide, nem o estado.
Afinal quem o carrega sou EU! E nessa bandeira não tem desculpa,
Não denuncia a fraqueza e muito menos pede clemência!
Mesmo nascido no lugar errado, sem saber para qual lado,
Esmirrado e com sede no lado mais leve da balança,
Quase desonrado, ignora a própria existência.

É um pivete encurralado"

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Mata Virgem

Primeiro post do blog. Tabu. Sábio Raul disse: "Estou vivo! Vivo, vivo, vivo como a rocha!"
Pois é, para que nossa existência não se resuma à mediocridade da covardia, há de se explorar, pensar, levantar e acima de tudo sentir!
Desse modo, assim como roubar manga com os moleques no quintal, a busca pela coragem de confrontar aquilo que me assola e que me faz feliz, eu criei o blog.

"O que amadurecer, e também o que não amadurecer,
vai cair no "chão". E sendo flor, ou mesmo botão,
vai se abrir pro meu amor, qual orvalho que não se enxugou.
Esse é o pasto, pelo qual minha coragem, por muito ainda não passou."

Essa veio sem eu esperar. Quando eu vi, tomou forma e "caiu"... Como muitas das coisas que ainda estão por vir.

Por último, e por primeiro, o título do blog também está passivo de interpretação. Trocadilho infame que ficou famoso pelo som que fazemos ao vomitar, este foi escolhido pela minha identificação quase etérica com o falecido cantor e compositor Raul Seixas. Vide o título do primeiro post (Mata Virgem, puro e extraordinário ode ao amor e a simplicadade) e os versos baratos que se seguiram inspirados na mesma canção.

Sem mais por enquanto.