quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Conversa de espelho meu

Então, sobre o que?
Hmm, não sei... pode ser?
Claro, por que não?
Vem cá então, me dê sua mão

Olha pra frente
Me diz o que vê
Ainda vejo um bocado do triste
O que já não é mais pra ser
E um pouco misturado
Com o que a vida acabou de trazer

Inquieto, bravo ainda resiste
Calou o próprio peito
Pisou no coração
E com o gosto amargo na boca
De pé, ele insiste
Bate a porta e quase engana
Com uma falsa coragem
Que o protege da decepção

Que verso pesado!
É né... Exagerei...
Ou não... O que vale é o que dói
E o sentimento é maior que a palavra
Mas a palavra assusta quem pouco sente
Quem pouco sente não entende quem escreve
Quem escreve sente mais que quando pensa
E quem só pensa não entende o que é sentir
Então escrever vira o vício do sentimento
Por isso quem escreve tem vontade de fugir

Hein? Como? Quê?
Ah... Quase me deixei levar
E daí? Por que não? Logo você!
Argh, me deixa!
Afinal, pra que pensar?!
Quem falou sobre pensar?
Achei que... o pensar no amar...
Achou? Pensou? Mais o que?
Pois é, esqueceu de sentir
E esqueceu de falar

Estou só esperando
Assim que eu não perceber
Sem avisar, eu vou sair
Cansei de tentar dar as ordens
Quando depois de muito descobri
Sou apenas um soldado do sentir


Eu

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pois é, então que se vá
Pois assim tem que ser
E o siga, mesmo que torto,
Pois só ele você terá

Anda, caminha, vai...
Não olhe pra trás
Nem pense mais
Até que não te consiga mais ver
E quando não mais lembrar
Começa a correr

Não leve nada
O que era seu já se foi
Só ficou tu, mané
Pois o que aqui fica
E o que daqui não sai
Já não te importa mais
Então pegue teus cacos
E seu peito magro
E vá buscar tua paz

Deixa ficar, deixa viver
Abraça tua causa maior
Chora sozinho
Deixa morrer
Vá!


Eu

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Nesse segundo


Para tudo... e olha pro lado
Vê tudo igual, mas não enxerga nada
E respira, e respira
Tenta lembrar como era ser consolado

Vai tentando achar aqui
Ali já não encontrou
O que ele tá procurando mesmo?
Ah sim, claro... um rumo
Eita, deixa pra lá
Se afoga mané, foi o que te sobrou

Respira mais uma vez
Passeia leve nas lembrancas
Quase esquece o seu novo fardo
Carrega a mala e um sorriso
Mesmo sem ser consolado

Mas de novo cai em si,
Com uma corda amarrada ao pé
Que não deixa mais voar
Sem antes escurecer a lágrima
Aquela que lhe escorreu no rosto
Que já trouxe uma esperança
Que agora traz a dor
Que sem dó amarga o peito
E o gosto.

Gosto que não sai da boca
E não deixa esquecer
Nem tentar abandonar
Que lembra a toda hora
Um gosto puro e verdadeiro
Que já não vai mais voltar

E já no final olha pra baixo
Vê um poço, que até dá pra ver o fundo
Pior que isso é lembrar
Que tudo isso aconteceu
Em apenas um segundo
E isso vai se repetir
Sessenta vezes por minuto


Eu

domingo, 8 de novembro de 2009

É isso...

Direito de sentir, liberdade para se deixar levar, dever de aceitar

Estrada conhecida, nem por isso definida
Ainda causa euforia, ao feliz se atravessar

Com tropeços se vai andando,
Mesmo pela sombra, como a sorte assim achar
Pegue meus cacos no caminho, sempre e devagar

O conforto pra distância já está longe,
O tempo por estar longe, só passa mais devagar
O que devagar fica é somente sua falta
É a falta que me faz, poder sempre te olhar

Dor chata que dá no peito,
Que sua voz não conforta mais
Mas sua presença faz passar,
O que com lembranças tento disfarçar,
Mas que só seu beijo pode curar

Assim fico a espera
De qualquer chance para ir
Ir te ver e te abraçar
Até ter que te ver partir
O que mil versos não diriam
A pior dor que posso sentir

Não há calçado que previna
O que o pé há de encontrar
Nem tão pouco que abrevie
O que nos faz brilhar os olhos
Por poder acreditar
Que me tenha despertado
Quando triste adormecido
Que acordei pra te achar


Eu