segunda-feira, 5 de julho de 2010

Eu só queria ser literal

Estou amargo.

E mais uma vez tento eu
Eterno exercício de sentar na frente do espelho

Procuro


Você está bem?
Mentira

Que foi?
Desconversa

Fala!
Negação


Não posso nem ao menos reclamar
Ainda bem que ele sou eu
Pelo menos me disse a verdade (...tentei)
Mas mesmo que tentasse ter maldade
Só há um lugar para o espinho entrar
Na própria rosa em que nasceu

Olhei de novo e vi frisos
Em olhos tristes e determinados
Na testa tensa e marcada
Pelo azedo das suas escolhas
E da poeira nos seus caminhos
Rumos já há muito, conhecidos
Mas nem por isso evitados

Pelos seus equívocos e seus princípios
Na intimidade do seu peito
Enfrenta seu prórpio tribunal sozinho
Onde por si mesmo será castigado
Pois mesmo que bela e frágil
A rosa sempre tem espinhos


Eu

2 comentários:

Tatiana Monteiro disse...

Cada partícula da nossa vida carrega alguma poesia. Mesmo a partícula amarga, triste, contemplativa. O melhor é ter a chance de transmutar todo sentimento em arte. Por que você escreve tão pouco? Adoro. Beijo!

Anônimo disse...

Isso é clichê:"Pois mesmo que bela e frágil/ A rosa sempre tem espinhos". Sugiro que vc trabalhe mais nesses dois versos, ou até mesmo retire-os. Sua estrofe está muito boa. Também poderia omitir que seu tribunal privado é o espelho. Ficaria mais forte, tente e veja se gosta.Adorei!